sexta-feira, 1 de março de 2013

À la Ali x Frazier, Spider passa bastão a Jones sob olhar de Obama e Beyoncé em NY


Calma você, mais desesperado e que apenas leu o título acima rapidamente! Não, isso não aconteceu. Pelo menos não ainda. Entrando no embalo de Dana White e seu eterno sonho de levar o UFC para Nova York, imaginamos como seria a festa perfeita de aniversário de 20 anos do evento, em novembro deste ano. O texto abaixo é uma [bela] obra de ficção. Esperamos que os amigos gostem e deixem seus pitacos nos comentários do que esperam ver se uma noitada desse nível sair do papel.
Terça-feira, 12 de novembro de 2013, Nova York. Enfim o sonho está prestes a ser realizado: o UFC está a dias de fazer sua estreia no Madison Square Garden, um palco que por mais de um século foi a casa do boxe e recebeu Muhammad Ali, Mike Tyson, Julio Cesar Chavez e tantos outros. Após anos de batalha, Dana White e os irmãos Fertitta reverteram a proibição no estado de Nova York. Mais do que isso, conseguiram isso no timing perfeito para festejar com poucos dias de atraso os 20 anos do evento criado por Rorion Gracie e com toda a pompa que queriam: presenças ilustres e uma superluta com Anderson Silva e Jon Jones.
Pôster feito por fãs imagina como seria anunciada uma luta entre Spider e Jones em NY, em 2013
O Madison Square Garden já foi o palco da “Luta do Século”. Em março de 1971, os pesos pesados de boxe Muhammad Ali e Joe Frazier iniciaram uma trinca de embates que ficou marcada na história do pugilato. Com bolsa recorde de US$ 2,5 milhões para cada, eles atraíram uma multidão controlada apenas pela força policial, além de celebridades do nível de Norman Mailer, Woody Alen e Frank Sinatra. Sinatra, por sinal, não conseguiu um espaço ao lado do ringue e deu um “jeitinho”, credenciando-se como fotógrafo da revista Life.
No ringue, o clima épico foi corroborado, em um combate de 15 rounds. Ali começou melhor, mas Frazier virou o jogo. Com isso, tornou-se o primeiro a bater o lendário lutador.
2013 tem um cenário bem diferente. O boxe decaiu e o MMA – aquele que era chamado cheio de preconceitos de vale-tudo – ascendeu de forma explosiva. Nova York era a última barreira, e ela caiu. Tudo pronto para a festa. Coletiva, treino aberto, pesagem e, enfim, a “fight night” (noite de lutas).
Sábado, 16 de novembro. Nos entornos do Madison Square Garden o clima é efervescente. As lutas do card preliminar já rolam, mas o bafafá só aumenta com a proximidade dos combates principais. A noite adentra, as filas diminuem e os flashs ao lado do tapete vermelho pipocam: astros da NBA, da NFL, cineastas, atores e músicos sorriem e fazem pose de lutadores para as fotos. A maioria diz assistir ao UFC desde a edição número 1. Pura bobagem.
Dentro da arena, 20 mil pessoas confortavelmente sentadas assistem aos “gladiadores do terceiro milênio”. Em destaque, figurando nas câmeras sorrindo e acenando, estão o presidente Barack Obama, em sua estreia como espectador in loco do UFC, o casal Jay Z e Beyoncé e o cantor juvenil Justin Bieber, além do amante de MMA Mike Tyson, com sua cara tatuada.
As mulheres, recém-adicionadas, são representadas com novo show de Ronda Rousey na revanche contra Miesha Tate – “duelo das musas”, gritavam os pôsteres. Entre os homens, o cinturão em disputa é dos leves: o carismático Ben Henderson encara José Aldo, que varreu a categoria pena e conseguiu a tão almejada ascensão com uma superluta pelo cinturão. Ambos querem os recordes de Anderson Silva.
Falando nele, chega a hora do Spider. A luz é apagada e a maior luta da história do UFC é anunciada. No vídeo promocional exibido nos telões de alta definição, Anderson Silva e Jon Jones trocam palavras confiantes e ameaças ao rival. O clima esquenta, os gritos e vaias se misturam à música de entrada dos lutadores e, após todo este ritual, os dois se encaram e tocam luvas: “let’s get it on”.
Socos, chutes, cotoveladas, suor, sangue… Está tudo ali. Na luta dos sonhos do UFC, não há perdedores – e já não havia disputa de cinturão, o peso era casado. Há, isso sim, cinco rounds de um duelo épico. Anderson começa melhor, Jones vira o jogo e leva por pontos. O veterano passa o bastão ao mais novo, mas sem perder a majestade. Jones ganha caminho livre para ascender ao Olimpo dos lutadores. Anderson, 38, não se aposenta, não. Quer voltar a lutar para mostrar que não deixaria os ringues apenas pelo fato de sofrer uma derrota – enchendo o seu bolso e o dos donos do UFC, é claro. Quem sabe uma revanche um ano depois, com recorde de público?
É isso o que o Ultimate espera. Que Nova York não seja o auge, mas mais um degrau de um esporte que, enfim, quebrou a última barreira em seu próprio país natal, rumo à consagração.

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